Um dia, sim, um dia daqueles bem normais, vais perceber que talvez a tua vida não seja tão normal assim. Talvez entendas que tudo virou de pernas para o ar e tu apenas ainda não tinhas reparado. Só que na prática, acho que estou a levar socos repetidos no meu estômago. Não dele, mas sim da vida. E acho que ela foi maldosa o suficiente para matar todas as borboletas que ele me trazia. Oh ele... nunca acreditei que os nossos primeiros grandes amores pudessem ser tão dolorosos de sustentar. Não o culpo de tanta insegurança, ele apenas ainda não se apercebeu que me dividi ao meio, que dividi a minha coragem para sustentar dois mundos: o meu e o dele. Mas porquê que estou a mentir? Deixei apenas 1/4 da minha coragem para segurar o meu mundo. O resto? O resto dessa minha coragem, maior parte dela, escondi-a bem escondidinha num compartimento do meu coração, no mesmo momento em que o deixei nas mãos dele. E ele não sabe ou, então, está a descobri-lo agora.
Confesso, fiquei vulnerável, fraca, completamente fácil de quebrar, virei um vidro perante ele: frágil e transparente. Não há sentimento nenhum em mim que ele desconheça. Todo o medo, insegurança, dor ou qualquer outro sentimento mau que transborde de mim, ele conhece-o e às vezes rouba-me parte dele, apenas para me ver sorrir. É amor, sem dúvida. Porque afinal, quando tiveres para desistir, vai haver sempre quem te dê motivos suficientes para recomeçares a luta.