De uma coisa ela tinha a certeza: gostava mais dele do que alguma vez tinha gostado antes! E há quem diga que a distância tem sido inimiga, mas o que ninguém sabia é que essa mesma distância era o que fazia eles serem tão unidos. A felicidade pode ser mesmo assim, fácil de se encontrar e complicada de se conquistar.
Naquela manhã, ela só queria continuar deitada nos braços dele. Faltou à sua última aula porque as saudades eram maiores que qualquer outra responsabilidade que ela tivesse. Deixou-se levar pelos beijos dele. Tentou tornar as coisas difíceis, quis que ele dê-se luta para a ter, mas acabou por permitir que as suas mãos conquistassem todo o seu corpo. Afinal, como é possível resistir-se à pessoa que se ama?
Mas no fim, ela apenas fez uma pergunta à qual esperava a maior sinceridade numa simples resposta. O que é que ela significa realmente para ele? Ele sentiu-se impotente para responder. Permaneceu num silêncio amargo. Teve um turbilhão de pensamentos. Sabia que assumir esta relação podia provocar aquilo que ele menos queria: enfrentar as pessoas que eles deixaram para trás para poderem ficar juntos.
No entanto, esse silêncio estava a matá-la e ele percebeu no olhar dela. Ela estava mais insegura do que nunca e ele nada fez para mudar isso. Ela só queria uma razão, uma resposta, uma esperança para enfrentar toda a gente, só queria liberdade para mostrar o motivo da sua tamanha felicidade e ele prendeu-a na sua indecisão. E agora? Ela tem medo de sair de casa e encontrá-lo com os amigos. Tem medo de ter de fazer o papel de "apenas amigos", porque ela nunca foi boa actriz quando isso era misturado com sentimentos. Ela nunca soube esconder a sua admiração por ele, aliás, morre de medo que ele saiba interpretar bem demais esse papel e a mate no preciso momento que o fizer.